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domingo, 26 de abril de 2015

Momento Musical #9 - T. Rex, Nilsson, Syd Barrett





Nessa edição do Momento Musical eu decidi indicar álbuns com os quais eu ando obcecado. Discos para os quais, cedo ou tarde, quando bate aquela dúvida sobre o que ouvir, eu retorno. Ao mesmo tempo, eu procuro evitar aqueles artistas que todo mundo conhece ou que nunca foram esquecidos. Esses três, em particular, são clássicos, mas não mantiveram, por qualquer motivo, o mesmo reconhecimento que alguns de seus contemporâneos. Estou aqui pra espalhar a palavra desses caras.

T. Rex - Electric Warrior (1971)


T. Rex começou como uma banda que pendia mais pro folk - e nesse período eles iam pelo nome Tyrannossaurus Rex. Aí eles deixaram o som mais elétrico e, praticamente, criaram a estética do que viria a ser o rock. Pro bem ou pro mal, se não fosse pelo Marc Bolan (líder da T. Rex) e pelo David Bowie, bandas como Kiss, Whitesnake, Scorpions, não existiriam ou não seriam as mesmas. Muito do que surgiu no rock pós 73 deve pra essa banda - infelizmente, em se tratando de som, as bandas pós 73 não seguiram o mesmo padrão de qualidade. T. Rex, considerando o que existia no rock daquela época, é muito original, não soa como nenhum dos seus contemporâneos. Entre o fim da década de 60 e começo de 70, com o fim da popularidade da psicodelia, Led Zeppelin e Deep Purple se tornaram meio que um padrão do que devia ser o rock - exceto pelo pessoal do rock progressivo, que trilhava um caminho quase oposto -, T. Rex, no entanto, soa como T. Rex, o que é muito bom.

Nilsson - Nilsson Schmilsson (1971)




Falando de artistas que soam como eles próprios, não conheço nada na música pop que soe como Harry Nilsson. Muitas das músicas que ele interpreta são clássicos do jazz e do blues, outras são composições próprios, mas todas são muito particulares. Não existe, que eu sabia, nada assim rolando hoje em dia. Não consegui achar o disco todo, normalmente isso faria eu não falar sobre o artista, mas dessa vez eu fiz uma exceção, porque vale a pena. Coloquei aqui algumas das minhas músicas favoritas do disco e no fim do texto vai ter um link pra uma playlist que alguém fez reunindo todas as músicas. Não sei bem que fim levou o Harry Nilsson. Quero dizer, ele morreu em 1994, mas antes disso ele já tinha sumido. Ele era bem popular, mas por algum motivo parou de fazer música na década de 1980. Como eu queria que outros artistas (Yes, Genesis, Bob Dylan, Scorpions, Whitesnake, Santana etc. etc.) tivessem feito o mesmo. Alguns artistas retornam ao interesse do público depois de  um longo período de esquecimento, mas isso nunca aconteceu com o Nilsson...pena. Link da playlist: https://www.youtube.com/watch?v=4wgrzp1DCs4&list=PLdvAo5zrwY6iqn2DWdRobnbsW_FV9MMwp&index=1

Syd Barrett - The Madcap Laughs (1970)


E falando de gente que sumiu, Syd Barrett talvez seja o melhor exemplo disso. A mente genial e louca que começou o Pink Floyd, antes do Roger Waters. Pessoalmente, acho que as melhores músicas do Pink Floyd são as da era Barrett, no entanto ele exagerou nas doses de LSD, o que acontecia com frequência naquela época, e ele se tornou impossível de trabalhar com. Ele chegou a lançar uns discos solos, pra nossa sorte, e The Madcap Laughs é o mais conhecido deles. As músicas são de uma qualidade poética impressionante. São bem simples, mas as letras são ricas, cheias de jogos de palavras. Sugiro que vocês as procurem quando forem ouvir o disco, isso torna a experiência mais profunda. Ele morreu em 2006, mas desde 1972 ele não fazia muito porque, bom, ele era reconhecidamente instável, como os bons costumam ser.

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