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sábado, 24 de agosto de 2013

Fear And Loathing in Las Vegas [Medo e Delírio] - Terry Gilliam (1997)

Em homenagem às moças que seguem esse blog: um close do Johnny Depp. Eu ouvi por aí que vocês gostam dele.

Ano passado resenhei a adaptação de 2011, Diário de Um Jornalista Bêbado, do livro de Hunter S. Thompson, que na época eu não o havia lido e até hoje não li, não por falta de vontade, mas por ser difícil de achar a um preço razoável. Lembro que teci vários elogios à Medo e Delírio (outra adaptação de um livro do autor que eu não li, mas quero muito), mas achei Diário de Um Jornalista Bêbado medíocre. Nem ruim, nem bom, Johnny Depp fazendo uma boa imitação do Hunter e destaque para a presença de Amber Heard, não tanto pela atuação, mas apenas por ela existir. Não sei, acho que com o passar dos anos Johnny Depp foi perdendo a personalidade. Antes ele fazia personagens excêntricos e meio doidos, agora ele faz Jack Sparrow em diferentes cenários. Mas Medo e Delírio foi feito em outros tempos, quando Depp era famoso por filmes como "Ed Wood", "Dead Man", "Donnie Brasco"...outros tempos realmente, mas não é disso que se trata esse texto.

Tobey Maguire antes da fama...como eu queria que tivesse continuado assim. Ainda, a cena é hilária. 
"Nós tínhamos dois sacos de maconha, setenta e cinco pastilhas de mescalina, cinco folhas de papel mata-borrão com ácido de alta potência, um saleiro meio-cheio de cocaína, e toda uma galáxia de uppers, downers, screamers, laughers multi-coloridos... Também, um litro de tequila, um litro de rum, uma caixa de cerveja, um quartilho de éter puro, e duas dúzias de amilas." - extrato de uma cena do filme. Texto retirado do IMDB e traduzido por mim. (É sobre isso que esse filme trata.)

Raoul Duke (alter ego de Hunter S. Thompson, interpretado por Johnny Depp) e seu advogado, Dr. Gonzo (Benicio del Toro), têm de cobrir uma matéria em Las Vegas. Para isso eles levam todas as substâncias descritas no parágrafo acima, não porque elas eram necessárias, mas pra tornar a coisa interessante. Essa viagem acaba se tornando um estudo sobre as consequências do "American Dream", assim como uma análise da realidade por trás da cultura das drogas e sua proibição.

Las Vegas já é surreal para os sóbrios.
Comentei isso na resenha de Jornalista Bêbado e repito aqui, não existe diretor melhor para interpretar uma obra de Hunter Thompson que Terry Gilliam. Ele tem o humor (foi um Monthy Python, afinal), a criatividade, a visão e a coragem de tornar um livro dessa categoria em algo visual - e que visual, já que estamos tocando nesse ponto. Do começo ao fim, as imagens te prendem. De início é engraçado ver a visão deformada dos dois e a percepção modificada, mas com o tempo vai ficando perturbador e parece te afetar fisicamente, mesmo você estando sóbrio enquanto assiste. Durante os créditos, acredite em mim, você vai se sentir de ressaca e vai ter dificuldade para a andar. As cores vibrantes de Las Vegas, as luzes, as distorções, as pessoas monstruosas (tanto pelo efeito da droga quanto na realidade), o espectador é inserido nesse meio com maestria, ficando ainda mais forte quando o diretor nos mostra o ponto de vista de Raoul, cheio de ácido e mescalina atacando o cérebro, e a realidade ao seu redor. Essas duas percepções são tão divergentes que deixam até o espectador em dúvida, o que é real e o que são drogas.

Senhoras e senhores: dinossauros - sem mais.
Medo e Delírio é surreal, mas não de modo que impede o espectador de entender o que está acontecendo ou torna a história não-relacionável. Apesar da paranoia recorrente, o filme é cheio de alívio cômico, com cenas hilárias envolvendo Raoul e Gonzo, assim como algumas participações especiais, por exemplo: Penn Jillette (mágico/comediante), Flea (músico) e Gary Busey (maníaco). Não é uma experiência leve ou coerente, mas diverte e é muito bem executado. Precisaria ler o livro para verificar a fidelidade com o material de origem, mas parece fiel e o próprio Hunter S. Thompson aprovou a adaptação, sendo assim, eu recomendo.

Nota: 4/5



2 comentários:

  1. Nunca vi esse filme, mas talvez eu possa gostar, pois normalmente gosto dos filmes de Johnny Depp, mesmo os mais velhos. Ah, eu não acho ele nem um pouco bonito, como quase todas as mulheres acham. kkkkk
    Fiquei curiosa pra ver o filme!
    Ah, morri de rir com a foto do Tobey. kkkkk Acho que só vi ele nos filmes do Homem Aranha. Ele já tem cara de bobo, com esse cabelo então... kkkk

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    1. É um filme curioso, talvez você goste.
      Nunca simpatizei com o Maguire, mas essa cena dele é engraçada - o filme inteiro é uma "comédia" de humor negro.

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