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sábado, 27 de abril de 2013

Sleeping Beauty (Beleza Adormecida) - Julia Leigh


Você assistiu ao filme "Desventuras em Série? Eu não, mas eu tenho uma pergunta pra quem assistiu. Quando você viu esse filme pela primeira vez e viu a personagem da Emily Browning, Violet, de acordo com o IMDB, você imaginou "nossa, como eu queria ver essa garota nua e sendo lambida por um velho cara que, enquanto passa a língua por sua face dormente, enfia os dedos na boca dela"? Imaginou? Qual o seu problema! De qualquer forma, seus desejos bizarros foram realizados. Mas, se você não imaginou isso e cresceu lendo Desventuras em Série e assistindo a adaptação, hoje é seu dia de sorte, você verá sua infância sendo estuprada. Você cresceu assistindo "A Bela Adormecida"? Então é um estupro duplo.


A história de Sleeping Beaty (Beleza Adormecida, para não assustar as criancinhas) é a de uma universitária, entediada e desumanamente indiferente. Ela cheira cocaína, fuma maconha, bebe vodca como se fosse água, em outras palavras, me apaixonei.  Ela passa o dia em seus diferentes trabalhos, nas aulas da faculdade e perdendo tempo com seu amigo viciado e doente, contando piadas sarcásticas um ao outro. E as noites ela frequenta bares. Precisando de dinheiro, ela responde a um anúncio no jornal para um emprego diferente; ela é convidada para fazer parte de um bordel diferente, no qual o sexo não é permitido, só é permitido dormir, literalmente, com a moça e mexer nela da maneira que o cliente bem desejar (a cena que eu descrevi no primeiro parágrafo é real). Os clientes são todos velhos impotentes (em ordem: o bom, o mau e o desastrado - veja o filme e entenda). Esse é o enredo.


Não sei por que as pessoas falam tão mal desse filme. Não é maravilhoso, mas não é tão ruim quanto dizem por aí. Verdade que o ritmo é lento e chega a causar sono em certas cenas, mas é o que o filme pede, e eu, que assisti esse filme ontem à uma da manhã, depois de ter trabalhado o dia todo e acordo por volta das seis e quinze, ou seja, estava cansado, mas mesmo assim não dormi assistindo - não é tão chato assim. Emily Browning faz um trabalho incrível e muito sutil. Ouvi dizer que a personagem dela não é agradável, mas é possível perceber um conflito dentro dela, devido à algumas expressões faciais muito discretas. Ela é indiferente e fria, mas sofre tanto quanto qualquer um e isso se torna claro nos instantes finais do filme. As imagens são belíssimas e a atmosfera do filme é perfeita, principalmente pela ausência de música nas cenas.

Ou eles drogaram essa atriz de verdade, ou ela é a melhor atriz que eu já vi - essa é a cena mais leve do filme.
O filme tem seus defeitos. Algumas linhas de diálogo são fracas e alguns personagens acabam se tornando mais interessantes que a protagonista - o velho da foto acima, que em um momento faz um monólogo muito interessante, e o amigo dela, que eu achei que foi pouco explorado, tornado as cenas dele menos comoventes do que deveriam ser. O ritmo, por mais que não tenha me incomodado, poderia ter sido melhor e a razão disso é o fato da roteirista e diretora ser uma romancista e ter feito o filme como se fosse um romance. É verdade que esse tema já é comum em livros (vide A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata e Memórias de Minhas Putas Tristes, de Gabriel Garcia Marquez), mas eles contam a história pelo ponto de vista do velho e não da mulher, por isso achei criativa, embora mal explorada, a premissa da obra.

Sugiro que assistam e formem sua própria opinião. O filme é um drama erótico, mais focado no lado artístico do cinema, por isso eu indico mais para aqueles que gostam desse tipo de filme.

Nota: 3,5 / 5,0



3 comentários:

  1. Primeiro tenho que dizer que essa menina é linda, já achava ela linda quando criança, agora então...
    Nunca senti vontade de ver esse filme, todo mundo sempre falando coisas tão ruins dele. Cheguei a ver o trailer, mas não achei que iria gostar, sei lá, mas algo na sua resenha me fez ter curiosidade, então irei assistir sim. Depois faço uma resenha também. :)

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  2. Assim que vi o cartaz, lembrei dela de cara! E nem foi por Desventuras, foi por Sucker Punch.
    Esse é o típico filme de arte: Belo em cenas simples e com diálogos que as vezes são tão bem construídos.
    Não o assisti ainda, mas foi o que sua resenha deixou transparecer.
    Nunca achei essa atriz uma maravilha, mas quem sabe ela ainda não tinha pego o papel que realmente merecia? Acontece com muitos atores.
    A premissa do filme é muito interessante, e já coloquei na minha lista para ver.

    abs
    terradecarol.blogspot.com

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  3. muito gostosa, já bati muita punheta pra ela.

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