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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Bande À Part - Jean-Luc Godard


A maior parte das minhas resenhas nesse site são positivas. Infelizmente, como eu ando tentando resenhar todos os filmes que eu assisto, vez ou outra eu me deparo com um filme ruim, e é minha obrigação falar sobre ele. Bande à Part é um dos piores filmes já desenvolvidos pela humanidade. Tem diálogos estúpidos, ritmo de lesma e uma história inverossímil. Sério, por dez minutos, tudo que acontece é uma dancinha ridícula entre os três personagens principais, e tudo que resta ao espectador é dizer: mas que porra é essa! Depois, os três marginais decidem correr pelo Louvre, dizendo que estão quebrando algum record. E daí? - eu pergunto. Quem se importa?

Nota: 0/5, seguida por um belo foda-se.


Tá bom, agora que eu fiz minha piada de 1º de abril, vamos a resenha de verdade. Esse é o terceiro filme que eu assisto do Godard, e, eu admito, ele é um dos meus cineastas favoritos. Ele tem uma forma de inserir o espectador no cenário e na atmosfera do filme, rara no cinema atual. Na verdade, não vi nenhum dos filmes recentes dele, para dizer se as coisas continuam as mesmas, mas Bande à Part (que eu não acho que foi traduzido para o Brasil) é um dos grandes clássicos de sua filmografia, e merece todo o respeito, apesar do começo dessa resenha.

Anna Karina...queria fazer uma piada de 1º de abril sobre você, mas não consigo, você era perfeita.
A história é sobre dois "malandros", que decidem seduzir uma estudante de inglês, para que eles pudessem roubar o dinheiro da tia dela. No entanto os três começam a se envolver e a tia começa a suspeitar, o que dificulta o plano. Tudo isso em meio a ótimas linhas de diálogo e uma narração digna de um romance. A propósito, não sabia disso, mas esse filme é uma adaptação de um livro da Dolores Hitchens. Também não quem ela é, mas achei que era bom vocês saberem.

Esse filme é, talvez, um dos mais icônicos da Nouvelle Vague, simbolizando tudo que os cineastas da época pretendiam fazer - pegar um gênero popular e distorcê-lo de modo que ele se tornasse totalmente individual. Godard faz isso com os velhos filmes noir e de crime, da década de 50 de Hollywood, no entanto com um clima um tanto inocente e francês. É até difícil de falar sobre ele, de tão forte que foi a marca que ele deixou no cinema moderno. Talvez não tão forte quanto Alphaville ou Acossado, mas com certeza é uma obra prima por si só.

Nota: 5/5

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