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sábado, 6 de junho de 2015

Era uma vez adolescente ou sim, é mais um besteirol americano



Eu sempre fui um cara tímido, mas extrovertido. Para você falar comigo basta falar comigo. Não sou bom em iniciativas. Na verdade nunca fui e, talvez, nunca serei bom em iniciativas. Cada vez que envelheço me torno mais antisocial ainda. Quando tinha lá meus catorze/dezessete anos eu era mais influenciável, me apaixonava fácil pelas garotas etc... etc... Ligava mais para aparência e coisa e tal. Ultimamente criei meio que uma ultrabarreira anti qualquer coisa que tente socializar comigo. Nada contra o resto do mundo, mas a minha aversão as pessoas cada dia se torna maior. Isso já é fato. Saiu para algum canto com um amigo ele tenta me apresentar um grupo de amigos dele e BUM. Não consigo mais socializar dessa forma. Eu sei virei meio que um Wood Allen com Bukowski de saída com Crumb. Criei um monstro? Não sei? Algo me mordeu muito na minha adolescência. Me tornei o patinho feio dos filmes americanos que conseguiu se encontrar (mas nada de volta por cima, faz favor) sem essa porra de piedade sanguessuga. É porque na minha adolescência as garotas só queriam ficar com os caras “gatinhos tipo malhação (novela)” e eu lógico nunca fui um desses caras. Sofri muito com estética. Ainda sofro (sim, elas ainda querem os caras gatinhos). Deixa quieto. Conheci uma garota. Droga. Sempre tem uma garota. Criei uma tabela. Quando você lê muito, meio que você acaba lendo as pessoas facilmente. Eu vi que essa garota era do tipo “só gatinhos.” Minha tabela é irreal. Infelizmente julgo as pessoas assim como eu sei que elas me julgam. Eu ando meio roto, sabe? Logo a primeira impressão que as pessoas têm de mim é que eu sou um zero a esquerda. Elas acertaram em cheio, eu faço por onde merecer. Essa garota sabe; não to afim dela, mas algo me toma a curiosidade. Num mundo tão plástico como o de hoje eu vejo que cada um tem meio que sua válvula de choro. Por exemplo: se um dia fizerem um filme/livro sobre mim ou você caro leitor(a) vão relatar que eu/você era um idiota, gênio, maluco, tímido vai chover adjetivos... mas o ponto principal é que o personagem tinha algum charme (que na verdade nunca existiu). Não sei como funciona isso, mas é uma coisa meio louca. Você sempre foi você, até o ponto que alguém descobriu isso e, todos querem arrancar um pedaço seu. Você se sente julgado como um egoísta. Você sempre foi você e nada mais. Cria-se meio que um cânone linguístico corporal. Não sei? Me perdi nesse raciocínio. Queria conseguir explicar isso. Nos filmes ou nos livros acontece isso e, o mais irônico é que as pessoas erradas é que se identificam com a porra do jovem melancólico e solitário. As garotas não compreendem que o cara legal não tem nada de legal, o cara que é solitário e melancólico também não é legal, mas os filmes, livros etc. tentam subverter isso ridiculamente. No fim tudo é uma merda. Talvez o que eu queira dizer é como as pessoas não são mais sinceras umas com as outras. Essa garota talvez... se eu tivesse mais tempo me apaixonaria por ela. Escreveria poemas para ela... Isso não pode mais acontecer porque eu vejo na maioria das pessoas o “não” social. Onde a embalagem é codificada num 3x4 do insta. Sacam? Ninguém mais se apaixona pela convivência. Os trejeitos. Os medos. O morder dos lábios. Relacionamentos são sempre assim. Amigos. Namoradas. Conhecidos. Eles vão e vem. Só você não vê que algo fica. O que fica é você. Não sei? Acho que às vezes penso muito sobre isso. Leitores/escritores me ouçam: muitos escritores só se tornaram escritores para tentar resolver problemas de relacionamentos, problemas existenciais etc. É reverberar o problema dele em outro (nos outros). Escrevemos nossas derrotas na pele dos olhos de alguém. Não que isso seja bom ou ruim, isso ajuda muito. O ato de escrever para outros nos torna mais libertos do fracasso, ou da vitoria. Não sei? Você tem que começar e ter força para terminar, não é só se reinventar. Critique-se. Uma autodúvida é sempre necessária.  E esse foi o meu texto só para adolescentes de hoje. Não sei? E como “o não saber” das coisas às vezes é a melhor coisa que você não sabe prezar. Não sei, mas se você leu isso como um texto de autoajuda você se fudeu. Até mais.   

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