Uma das coisas que eu mais gosto nessa vida é música clássica. Mas como eu não ouso resenhar peças eruditas por não ter o conhecimento técnico necessário para abordar esse estilo musical de maneira apropriada e interessante, nunca tive a chance de escrever sobre aqui no blog. Então, outro dia estava trabalhando no meu livro e em determinada cena uma música de Satie é tocada. O personagem se vê arrebatado pela composição e seus sentimentos são descritos, baseados nos meus próprios, que ouvia a música enquanto escrevia.
Sendo assim, decidi escrever esse post por uma série de motivos. Um, precisava falar sobre música erudita em algum momento. Dois, Erik Satie não é conhecido no Brasil, pelo menos não tanto quanto deveria ser - falarei sobre isso mais a frente no post. Três, não faria mal escrever um texto, desde que esse não fosse crítico ou analítico, restringindo-se a falar apenas de impressões, emoções e história (esta retirada de diversas fontes, mas redigidas sem qualquer cópia ou referência - ou seja, terão que confiar em mim ou descobrir se estou certo ou não).
Erik Satie foi um pianista e compositor francês nascido em 1866, conhecido por ser um dos precursores do minimalismo na música e na arte em geral. Devido as suas excentricidades, acabou se tornando conhecido na vanguarda francesa de seu tempo, fazendo amizade com artistas contemporâneos e influenciando os que vieram depois. Em vida, contudo, nunca obteve sucesso crítico ou financeiro, o que para ele não interessava.
Para provocar os críticos que ele odiava - o ódio era mútuo -, Satie dava nomes estranhos às suas composições (como "Peças Refrigeradas", "Pecadinhos Indesejáveis" e "Embriões Secos"), que por outro lado atraía a atenção de compositores jovens.
Sua música buscava a simplicidade e a beleza da repetição. Algumas de suas composições eram iguais, mas feitas para serem ouvidas de ângulos diferentes; outras não eram feitas para serem ouvidas, e sim para enfeitar o ambiente (a musique d'ameublement, ou mobília). Seguindo um estilo sempre experimental e fora dos padrões críticos de seu período.
Viveu na pobreza, mas não deu a mínima. Encheu a cara o quanto pôde, principalmente de absinto, e, em 1925, aos 59 anos, morreu. Seu nome voltaria a chamar atenção de artistas durante a década de 60, com o surgimento da contracultura e artistas que tomavam seu estilo de vida como um padrão moral.
Entre suas peças mais conhecidas estão as Gnossiennes, divididas em 3 partes similares, repetitivas, com foco na leveza das mãos do pianista, por vezes lenta e bela, por outras intensa.
Anos mais tarde foram lançadas mais 3 Gnossiennes.
As outras peças mais conhecidas dele são as Gymnopédies:
Como eu disse, esse post é um pouco diferente do normal. Meio que um retorno àqueles meus primeiros posts denominados "Momento Cultural", não necessariamente com objetivo crítico, apenas servindo de sugestão, principalmente porque música erudita tem fama intimidadora e chata. Eu estou aqui pra tirar esse medo, mostrar que qualquer imbecil é capaz de ouvir e apreciar esse tipo de música, sem a necessidade de um diploma ou nível superior de percepção. Espero que tenham gostado.
Também sou fã de música clássica, apesar de não ter certeza se posso dizer isso, já que se me pedirem para citar o nome de uma composição, eu fracassarei com louvor. Porque eu simplesmente escuto e sinto. Não costumo guardar os nomes.
ResponderExcluirEstou encantada com Erik Satie. É tão doce e ao mesmo tempo tão intenso!