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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

High Fidelity [Alta Fidelidade] - Stephen Frears (2000)

Depois de tanto tempo, um filme normal passa por esse blog. Faz uns meses que eu o assisti, mas tenho que admitir, estava precisando de um filme desses também, com uma história simples, fácil de acompanhar - porra, só uma história já é o suficiente considerando o histórico desse blog.

Rob (John Cusack) é um homem de meia idade, dono de uma loja de LPs (no ano 2000), que acaba de perder a namorada, Laura (Iben Hjejle, e eu aposto que você não sabia que dava para enfiar um "j" em um nome desse jeito). Então ele quebra a 4ª parede e começa a contar ao espectador um top 5 de seus piores fins de namoro - isso é um traço do personagem, listas de top 5 qualquer coisa. Com essa autoanálise, ele imagina que vai ser capaz de deixar Laura de lado e seguir em frente, mas não é o caso. Então ele decide rever as ex-namoradas (uma delas a Catherine Zeta-Jones, que eles tiveram de transformar em uma personagem muito cretina para contrabalançar a beleza), só pra ver o que ele perdeu, enquanto vai ficando cada vez mais obcecado com Laura. Certas verdades aparecem e o resto é o que você vai ter que ver o filme para descobrir.



Antes de qualquer coisa, eu tenho que dar pelo menos um ponto para o filme por começar com uma referência a 13th Floor Elevators - palmas para você filme - e essa nem é a referência mais obscura. Outro ponto por ter falado mal de "Baby I Love Your Way", do Peter Frampton, essa música realmente é uma merda. Certo, agora que eu tirei do caminho esses pontos-bônus que o filme ganhou comigo, vamos ao julgamento de verdade.



Como eu já falei, é um filme normal. Não é linear, mas não de modo que complique a narrativa, na verdade só auxilia. Tem trilha sonora - muito boa por sinal -, centenas de referências a cultura pop musical - que pode afetar o entendimento do espectador, mas isso não é problema meu  -,  uma direção nada extravagante, atuações no ponto certo, diálogos bem interessantes e engraçados, personagens reais, enfim, tudo que um filme precisa para ser agradável.


Rob, conforme o filme avança, vai de homem medíocre a completo cretino, mas os motivos que o formam daquela maneira são coisas pelas quais muitos de nós também somos culpados, principalmente o egoísmo. Mas não se preocupe, o filme não trata desse assunto de forma moralista, pelo contrário, algumas reações a certos casos são hilárias, justamente pelo realismo com as quais elas são tratadas.

(Eu tirei umas screencaps melhores durante o filme, mas sumiram...)

Tendo tecido todos estes elogios, vamos aos problemas. Isso pode ser só minha opinião, mas cansei do número de vezes que Rob interrompeu o filme para monologar. Quando um filme quebra a 4ª parede para isso, é porque quer indicar que o personagem tem um entendimento mais amplo das coisas, às vezes até dando a entender que ele sabe que é um filme. Esse não é o caso de Alta Fidelidade. Acontece que se trata de uma adaptação de livro e livros têm narração. O que aconteceu, possivelmente, foi que o roteirista não estava conseguindo traduzir certas coisas para a linguagem do filme, então "foda-se, vamos fazer um monólogo", ele disse. "Mas não tem ninguém na sala com o Rob para o ouvir", respondeu algum assistente mais atento. "Não tem problema, deixa ele falar com o público", e ficou por isso mesmo. Engraçado uma ou duas vezes? Sim, mas não durante o filme todo.

(As do Google Imagens são todas assim, os atores na loja de discos...)

Mas, como eu disse, é questão de gosto. Talvez você não se importe de ter Rob parando tudo para falar com você a cada 10 minutos. A coisa começou a me desagradar quando, sem que eu percebesse, todos os problemas de Rob foram começando a se resolver por milagre. A loja de discos dele, por exemplo, do nada começou a receber clientes. E esse é o único exemplo que eu posso dar sem estragar o final para vocês, meus leitores. Não é tão perceptível, mas quando acontece dá aquela impressão de "mas quando foi que isso aconteceu?" Boto a culpa disso, também, na adaptação. Na verdade, preciso ler esse livro do Nick Hornby para ver se os problemas continuam, o enredo em si é ótimo e muito bem executado.

(Nem deu pra fazer uma daquelas legendas engraçadas, mas não tem problema, a resenha acaba no próximo parágrafo.)

Ao todo não é um filme ruim. É simples, divertido, bom para passar o tempo em um fim de semana tedioso. Tem defeitos, pode acreditar, mas Hollywood já produziu coisa muito, mas muito pior.

3,5/5 (tá, uns 3,8, pra ser sincero)



2 comentários:

  1. Haha, verdade, um filme normal, você sempre fala de filmes e livros não muito normais. kkkk
    Acho que eu iria gostar, assim que tiver um tempinho, vou querer assistir, pois hoje, quando voltar da faculdade irei ver a nova temporada de The Walking Dead que voltou! :)

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    1. De vez em quando esses filmes normais aparecem por aqui, só pra relaxar. Em contrapartida, já estou preparando a resenha de um filme húngaro obscuro, vai sair no sábado, eu acho.

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