Depois de tanto tempo, um filme normal passa por esse blog. Faz uns meses que eu o assisti, mas tenho que admitir, estava precisando de um filme desses também, com uma história simples, fácil de acompanhar - porra, só uma história já é o suficiente considerando o histórico desse blog.
Rob (John Cusack) é um homem de meia idade, dono de uma loja de LPs (no ano 2000), que acaba de perder a namorada, Laura (Iben Hjejle, e eu aposto que você não sabia que dava para enfiar um "j" em um nome desse jeito). Então ele quebra a 4ª parede e começa a contar ao espectador um top 5 de seus piores fins de namoro - isso é um traço do personagem, listas de top 5 qualquer coisa. Com essa autoanálise, ele imagina que vai ser capaz de deixar Laura de lado e seguir em frente, mas não é o caso. Então ele decide rever as ex-namoradas (uma delas a Catherine Zeta-Jones, que eles tiveram de transformar em uma personagem muito cretina para contrabalançar a beleza), só pra ver o que ele perdeu, enquanto vai ficando cada vez mais obcecado com Laura. Certas verdades aparecem e o resto é o que você vai ter que ver o filme para descobrir.
Antes de qualquer coisa, eu tenho que dar pelo menos um ponto para o filme por começar com uma referência a 13th Floor Elevators - palmas para você filme - e essa nem é a referência mais obscura. Outro ponto por ter falado mal de "Baby I Love Your Way", do Peter Frampton, essa música realmente é uma merda. Certo, agora que eu tirei do caminho esses pontos-bônus que o filme ganhou comigo, vamos ao julgamento de verdade.
Como eu já falei, é um filme normal. Não é linear, mas não de modo que complique a narrativa, na verdade só auxilia. Tem trilha sonora - muito boa por sinal -, centenas de referências a cultura pop musical - que pode afetar o entendimento do espectador, mas isso não é problema meu -, uma direção nada extravagante, atuações no ponto certo, diálogos bem interessantes e engraçados, personagens reais, enfim, tudo que um filme precisa para ser agradável.
Rob, conforme o filme avança, vai de homem medíocre a completo cretino, mas os motivos que o formam daquela maneira são coisas pelas quais muitos de nós também somos culpados, principalmente o egoísmo. Mas não se preocupe, o filme não trata desse assunto de forma moralista, pelo contrário, algumas reações a certos casos são hilárias, justamente pelo realismo com as quais elas são tratadas.
Tendo tecido todos estes elogios, vamos aos problemas. Isso pode ser só minha opinião, mas cansei do número de vezes que Rob interrompeu o filme para monologar. Quando um filme quebra a 4ª parede para isso, é porque quer indicar que o personagem tem um entendimento mais amplo das coisas, às vezes até dando a entender que ele sabe que é um filme. Esse não é o caso de Alta Fidelidade. Acontece que se trata de uma adaptação de livro e livros têm narração. O que aconteceu, possivelmente, foi que o roteirista não estava conseguindo traduzir certas coisas para a linguagem do filme, então "foda-se, vamos fazer um monólogo", ele disse. "Mas não tem ninguém na sala com o Rob para o ouvir", respondeu algum assistente mais atento. "Não tem problema, deixa ele falar com o público", e ficou por isso mesmo. Engraçado uma ou duas vezes? Sim, mas não durante o filme todo.
Mas, como eu disse, é questão de gosto. Talvez você não se importe de ter Rob parando tudo para falar com você a cada 10 minutos. A coisa começou a me desagradar quando, sem que eu percebesse, todos os problemas de Rob foram começando a se resolver por milagre. A loja de discos dele, por exemplo, do nada começou a receber clientes. E esse é o único exemplo que eu posso dar sem estragar o final para vocês, meus leitores. Não é tão perceptível, mas quando acontece dá aquela impressão de "mas quando foi que isso aconteceu?" Boto a culpa disso, também, na adaptação. Na verdade, preciso ler esse livro do Nick Hornby para ver se os problemas continuam, o enredo em si é ótimo e muito bem executado.
Ao todo não é um filme ruim. É simples, divertido, bom para passar o tempo em um fim de semana tedioso. Tem defeitos, pode acreditar, mas Hollywood já produziu coisa muito, mas muito pior.
3,5/5 (tá, uns 3,8, pra ser sincero)
Rob (John Cusack) é um homem de meia idade, dono de uma loja de LPs (no ano 2000), que acaba de perder a namorada, Laura (Iben Hjejle, e eu aposto que você não sabia que dava para enfiar um "j" em um nome desse jeito). Então ele quebra a 4ª parede e começa a contar ao espectador um top 5 de seus piores fins de namoro - isso é um traço do personagem, listas de top 5 qualquer coisa. Com essa autoanálise, ele imagina que vai ser capaz de deixar Laura de lado e seguir em frente, mas não é o caso. Então ele decide rever as ex-namoradas (uma delas a Catherine Zeta-Jones, que eles tiveram de transformar em uma personagem muito cretina para contrabalançar a beleza), só pra ver o que ele perdeu, enquanto vai ficando cada vez mais obcecado com Laura. Certas verdades aparecem e o resto é o que você vai ter que ver o filme para descobrir.
Antes de qualquer coisa, eu tenho que dar pelo menos um ponto para o filme por começar com uma referência a 13th Floor Elevators - palmas para você filme - e essa nem é a referência mais obscura. Outro ponto por ter falado mal de "Baby I Love Your Way", do Peter Frampton, essa música realmente é uma merda. Certo, agora que eu tirei do caminho esses pontos-bônus que o filme ganhou comigo, vamos ao julgamento de verdade.
Como eu já falei, é um filme normal. Não é linear, mas não de modo que complique a narrativa, na verdade só auxilia. Tem trilha sonora - muito boa por sinal -, centenas de referências a cultura pop musical - que pode afetar o entendimento do espectador, mas isso não é problema meu -, uma direção nada extravagante, atuações no ponto certo, diálogos bem interessantes e engraçados, personagens reais, enfim, tudo que um filme precisa para ser agradável.
Rob, conforme o filme avança, vai de homem medíocre a completo cretino, mas os motivos que o formam daquela maneira são coisas pelas quais muitos de nós também somos culpados, principalmente o egoísmo. Mas não se preocupe, o filme não trata desse assunto de forma moralista, pelo contrário, algumas reações a certos casos são hilárias, justamente pelo realismo com as quais elas são tratadas.
(Eu tirei umas screencaps melhores durante o filme, mas sumiram...)
Tendo tecido todos estes elogios, vamos aos problemas. Isso pode ser só minha opinião, mas cansei do número de vezes que Rob interrompeu o filme para monologar. Quando um filme quebra a 4ª parede para isso, é porque quer indicar que o personagem tem um entendimento mais amplo das coisas, às vezes até dando a entender que ele sabe que é um filme. Esse não é o caso de Alta Fidelidade. Acontece que se trata de uma adaptação de livro e livros têm narração. O que aconteceu, possivelmente, foi que o roteirista não estava conseguindo traduzir certas coisas para a linguagem do filme, então "foda-se, vamos fazer um monólogo", ele disse. "Mas não tem ninguém na sala com o Rob para o ouvir", respondeu algum assistente mais atento. "Não tem problema, deixa ele falar com o público", e ficou por isso mesmo. Engraçado uma ou duas vezes? Sim, mas não durante o filme todo.
(As do Google Imagens são todas assim, os atores na loja de discos...)
Mas, como eu disse, é questão de gosto. Talvez você não se importe de ter Rob parando tudo para falar com você a cada 10 minutos. A coisa começou a me desagradar quando, sem que eu percebesse, todos os problemas de Rob foram começando a se resolver por milagre. A loja de discos dele, por exemplo, do nada começou a receber clientes. E esse é o único exemplo que eu posso dar sem estragar o final para vocês, meus leitores. Não é tão perceptível, mas quando acontece dá aquela impressão de "mas quando foi que isso aconteceu?" Boto a culpa disso, também, na adaptação. Na verdade, preciso ler esse livro do Nick Hornby para ver se os problemas continuam, o enredo em si é ótimo e muito bem executado.
(Nem deu pra fazer uma daquelas legendas engraçadas, mas não tem problema, a resenha acaba no próximo parágrafo.)
Ao todo não é um filme ruim. É simples, divertido, bom para passar o tempo em um fim de semana tedioso. Tem defeitos, pode acreditar, mas Hollywood já produziu coisa muito, mas muito pior.
3,5/5 (tá, uns 3,8, pra ser sincero)
Haha, verdade, um filme normal, você sempre fala de filmes e livros não muito normais. kkkk
ResponderExcluirAcho que eu iria gostar, assim que tiver um tempinho, vou querer assistir, pois hoje, quando voltar da faculdade irei ver a nova temporada de The Walking Dead que voltou! :)
De vez em quando esses filmes normais aparecem por aqui, só pra relaxar. Em contrapartida, já estou preparando a resenha de um filme húngaro obscuro, vai sair no sábado, eu acho.
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