Páginas

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

Chegou a hora, companheiros, minha primeira resenha literária. Para quem não sabe - todo mundo -, estou criando aos poucos um hábito de leitura. Comecei ano passado, na verdade, antes disso, não poderia dizer que já havia lido um livro por gosto. Para melhorar a experiência, decidi que, assim como já faço com filmes e música, ao terminar de ler um livro, publicarei aqui uma resenha sobre ele.
 
O sonho da minha vida é visitar a República Tcheca. Não sei porque, sempre tive essa vontade e já venho economizando para essa viagem já tem alguns anos, não conseguindo arrecadar nem 10% do valor necessário. Creio que o que me atrai nesse país são as construções antigas, as ruas boêmias, as belas mulheres e o absinto. Já imaginei-me até vivendo em uma dessas casas, bebendo e escrevendo, apreciando a paisagem por uma janela de madeira, levemente comida por cupins (meus sonhos são realistas, sou pobre e não vai ser escrevendo que eu vou mudar essa situação). Contudo, nem sempre foi esse o cenário, quer dizer, todos esses fatores positivos estavam lá, mas sob a sombra do regime Soviético, perseguições políticas a intelectuais e sem liberdade de expressão. É nessa Praga recém invadida pelo comunismo, que se passa a história de "A Insustentável Leveza do Ser". Romance da década de 80, escrito em francês por Milan Kundera, e uma de suas obras mais admiradas.
 
A história se passa pelo ponto de vista de quatro personagens. Tomas, um cirurgião, intelectual, que, após se divorciar, decidiu nunca mais entregar sua liberdade a uma mulher ou qualquer outra coisa, evitando relacionamentos estáveis, família e até o próprio filho do casamento perdido. Ele vive trocando diariamente de mulher até encontrar Teresa, que faz com que ele mude de atitude com relação ao compromisso, mas não quanto a infidelidade. Teresa é uma moça mais jovem, que se apaixonou por Tomas a ponto de permitir que ele se encontrasse com diversas mulheres, fingindo (até determinado momento) não se importar com isso. Ela tem problemas familiares, principalmente com a mãe, que definiram sua personalidade. Sabina, uma das várias mulheres de Tomas e sua principal amante durante o relacionamento dele com Teresa. Ela é forte, independente e artística. Deseja fugir de toda a política que invadia o seu trabalho, assim como compromissos. Era também, a mulher com quem Franz (quarto personagem), traía sua esposa. Franz é fraco mentalmente (embora seu corpo seja forte), inseguro e sofre ao longo da história com o peso que sua traição traz a sua consciência. Ele teme machucar sua esposa com a verdade, por isso adia sua busca a felicidade até o momento que ela, inevitavelmente, vem à tona.
 
É um livro excelente, que mistura a prosa de ficção, com alguns ensaios filosóficos que se misturam e completam a ideia do romance. Aborda temas como liberdade, sexo e existência de forma extremamente profunda e interessante. Recomendável a qualquer um que goste de livros.
 
- Nota: 5,0/5,0 (não queria dar a nota máxima logo na primeira resenha, pois acho que me falta base de comparação, mas foda-se. Fica isso mesmo.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

caixa do afeto e da hostilidade