O momento musical de hoje trás apenas um músico, mas um que sozinho vale por três ou quatro. Nos EUA foi fundada uma igreja em homenagem a ele e às qualidades transcendentais de suas músicas. Ele próprio tendo composto o disco A Love Supreme como uma oração dividida em quatro partes, baseada em um poema de louvor que ele escreveu, sendo cada nota uma sílaba, até a música estourar em um surto de improviso.
John Coltrane é o nome do jazz que todos, quando iniciados no gênero, logo aprendem. Tocou no quinteto do Miles Davis - outro cidadão que dará as caras por aqui logo mais - até ser expulso por seus excessos, principalmente com heroína (e quando Miles Davis acha que você usa muita heroína, é porque é muita heroína). Conseguiu se reabilitar, trocando a droga pelo LSD, que mudou totalmente sua forma de compor a partir do meio da década de 60 (fim da vida). A aparente falta de sentido das composições afastou até os membros mais fieis de sua banda, como McCoy Tyner, mas atraiu gente da vanguarda como Pharoah Sanders, Ornette Coleman, sendo esses os primeiros passos mais firmes do chamado free jazz - que já existia antes, só foi levado ao extremo. É seguro dizer que Coltrane passou pela maior parte das variações do jazz e tocou com todos os grandes nomes de seu tempo (Duke Ellington, Thelonious Monk, Bill Evans, Cannonball Aderley etc.). Morreu em 67 de problemas de saúde possivelmente originados pelo abuso de heroína, e, desde então, se tornou uma lenda da música, não sem motivo.
Nessa ordem: Coltrane, Cannonball Aderley, Miles Davis e o sempre sério Bill Evans. |
Por esses e outros motivos, a postagem de hoje se dedica somente aos discos dele. Porque eu acredito que é possível passar toda uma vida ouvindo apenas Coltrane, sem compreender todos os detalhes do estilo dele. Divirtam-se, crianças.
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