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sábado, 18 de maio de 2013

Vintage Trouble - The Bomb Shelter Sessions (2011)


Olha o que eu achei nas minhas peregrinações musicais pelo Youtube! Sabe, pode não parecer, mas o Youtube, mesmo tendo como foco os vídeos, é um ótimo lugar para encontrar música nova - não só desconhecida, mas realmente nova, no sentido de lançada recentemente. É bem simples o processo, você pega um vídeo de um show ao vivo de uma banda que você goste e vai passeando pelos vídeos relacionados. Eu já garimpei pedras muito preciosas nessas minhas viagens, assim como encontrei coisas muito bizarras. Vintage Trouble é uma das boas, tanto que eu tive que compartilhar com vocês.

Até hoje eles só gravaram um disco, The Bomb Shelter Sessions, e é sobre ele que eu vou falar. Primeiro de tudo sobre o gênero. Vintage Trouble pode ser resumida como uma banda de rock a moda antiga, mas não é só isso. As influências são um pouco mais profundas, indo do blues, ao soul, ao funk; sendo que muitas vezes a influência toma conta do gênero base e deixa o rock em 2º ou 3º plano. Os ritmos também são variados, de modo que é impossível ficar entediado durante a audição, tendo faixas mais rápidas e explosivas (como a inicial, Blues Hand Me Down) e lentas, mais românticas, que me lembraram Otis Redding, sempre caminhando pelos estilos. Isso é necessário, considerando que são 15 faixas no total, variando entre os 2 e 8 minutos de duração.

O que mais me chamou a atenção foi o vocalista. A voz dele é típica dos cantores de soul da década de 50, mas ao mesmo tempo ele consegue ser extremamente carismático. Carisma é uma coisa que anda faltando nos músicos atuais, só me resta imaginar que tudo foi pra ele. Sem exagero, ele é o mais próximo que a nossa geração vai chegar de um novo James Brown, Otis Redding ou Wilson Pickett. O cara é um show a parte e vale a pena assistir as performances ao vivo. Mas não é só ele, já que um vocalista não faz uma banda, todos os músicos mantém o mesmo padrão altíssimo de qualidade, ao mesmo tempo que contendo suas exibições. Em outras palavras, essa banda prova que menos é mais. Um quarteto simples - voz, guitarra, baixo e bateria -, que faz muito mais que várias bandas de oito ou mais peças. Sem falar que eles conseguem tirar um som moderno, sem cair nos modernismos irritantes da atualidade. Não espere ouvir aqui baterias eletrônicas, sintetizadores artificiais, efeitos robóticos na voz, auto-tune, e todas essas abominações musicais pós-modernas. É a banda e somente a banda, dando o melhor de si para fazer música boa.

Eu poderia muito bem destacar todas as faixas, já que não percebi falhas em nenhuma delas. Ao menos não na primeira audição, talvez a impressão não se mantenha no futuro, mas, hoje, não consigo ouvir defeito algum nesse disco. Ele é simples, forte, original e é novo ao fazer coisas velhas. Mas não contem só com a minha palavra, escutem os vídeos abaixo e me digam se concordam ou não. Meu julgamento é que são bandas assim que me fazem acreditar que a música tem futuro, além do passado.

Nota: 5/5





Um comentário:

  1. Amei a sua resenha, amei a indicação. Show! Não conhecia a banda e ela realmente é boa!

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