Ok, eu estava aproveitando a véspera de feriado e trabalhando em meu romance, então, três da manhã, decidi fazer uma breve pausa. Botei um álbum do Led Zeppelin pra tocar, fiquei pensando em como continuar a história de Inocência e, depois dele, o que mais eu iria escrever. Nisso, olhei o calendário e vi que era 1º de maio e ontem lançou o novo álbum do Deep Purple. Eu estou antecipando esse momento desde que eu fiquei sabendo dessa porra desse lançamento e, quando finalmente acontece, eu me esqueço. Não, eu não vou dormir ainda. Vou terminar de baixar esse disco - sim, ele está baixando enquanto eu preparo o post - e, como fã que sou dessa banda, farei uma resenha digna antes do sol nascer, nem que pra isso eu tenha que escrever enquanto escuto. 95%...98%...Verificando...Foi! Foda-se vocês do Led Zeppelin, abram espaço pros profissionais de verdade.
Primeiras impressões: gostei da introdução da faixa de abertura. Um riff lento, com uma atmosfera legal e um fundo orquestrado bacana. Não é o que eu queria, mas é o que eu esperava da formação atual. A voz do Ian Gillan ainda existe e é a mesma desde a década de 90. Por algum motivo, estou esperando uma explosão a qualquer instante...BOOM! Aconteceu, esse é o Deep Purple que eu queria, órgão e guitarra se ajudando, uma bateria pesada, ainda com o mesmo tom dos discos novos, mas, pelo menos a primeira faixa, dá esperança que o resultado final seja melhor. E a faixa já acabou e foi pra segunda...ritmo legal, mas porque porra o Gillan pôs esses efeitos modernosos na voz dele? Ele quer virar robô, é isso? O título da faixa é Weirdistan e, até o momento, faz jus ao nome, mas não é tão bacana quanto a inicial. Tanto que estou prestes a pular ou avançar um pouco, pra ver se muda...tem um solinho de guitarra, mas o vocal é de foder a alma, na minha opinião. Vamos a terceira faixa. Sinos, explosões, uns sons esquisitos, eu estou bocejando, entrou uma orquestra, agora o resto da banda. Interessante, mas a voz do Gillan ainda tá meio fodida. Tira esses efeitos daí Lady Gaga geriátrica! Já estou ficando frustrado. É impressão ou todas as faixas têm o mesmo andamento e refrões estranhamente parecidos. Chega, para a próxima faixa.
Hell to Pay, agora sim, a vocal voltou ao normal e não tem nenhuma enrolação antes da música. Deve ser interessante ao vivo, com o povo cantando junto o refrão. Bacana, essa parece mesmo Deep Purple e, até agora é minha favorita. O solo de guitarra é legal e, acompanhado do órgão, que também tem direito a um solo, quase me sinto de volta aos tempos em que essa banda dominava o mundo. Bateria e baixo bem sólidos. Um toque de The Nice no meio da música, é? Gostei. Espero que o resto do álbum siga esse padrão.
Bateira interessante na 5ª faixa. Espero que o vocal não destrua tudo, porque a banda está fazendo um ótimo trabalho nesses primeiros momentos. Não, o vocal não estraga tudo! Muito bem Flipper, é assim que eu gosto! Tá certo que a faixa é quase toda instrumental, mas isso é ótimo, me faz lembrar dos improvisos de 20 minutos que eles costumavam fazer em 70. Próxima, Above and Beyond, introdução longa demais? Não, ela está construindo bem a música, mas ainda fico com medo, principalmente quando o Gillan demora pra entrar. Ótimo, outra faixa com vocal limpo, acho que eles já imaginavam que eu ia reclamar. A estrutura geral da música também mudou bastante, contudo de modo positivo. É mais leve, de certo modo e tem uma melodia legal. Blood From a Stone, outra mais cadenciada, mas o vocal também é limpo e, só isso já faz que eu goste. Vai ficando mais pesada e distorcida com o passar do tempo. Talvez seja impressão minha, mas o timbre da guitarra do Morse tem menos personalidade que o do Blackmore - não é comparação, já é tarde demais pra isso, só estou observando. Bom, gostei dessa faixa também. Olha, desde a 4ª música, todas estão excelentes, e a 1ª também é satisfatória. Nada a acrescentar sobre Uncommon Man, só que ela segue o padrão das faixas boas do disco, está resenha está caminhando em direção de uma nota boa, senhoras e senhores.
Tá bom, Apres Vous foi tirada de uma música de Emerson, Lake & Palmer, com essa introdução, só pode. Isso não é uma reclamação, essa faixa também é trés bien. All the Time in the World e o disco vai chegando às últimas faixas, sem perder o ritmo. A faixa também é um pouco mais lenta, mas isso combina com a letra e o ritmo é legal. Vamos à última e à faixa bônus, antes de julgamento final. Vincent Price começa com órgãos à Bach e tem um coral interessante. Um clima clichê terror, à Alice Cooper, com a merda do efeito nos vocais - vá pra puta que te pariu Gillan, logo na última faixa, quando tudo estava indo tão bem, caralho! Aí você tá querendo foder comigo. Salve-me, faixa bônus! Obrigado! Graças a faixa bônus, It'll Be Me, o álbum termina bem. Muito bem, gostei do clima antiquado da composição.
Bom, a primeira faixa já dá sinais de que coisa boa está por vir. Salvo os tropeços, por culpa dos vocais moderninhos, o álbum é bem sólido e muito melhor do que eu esperava. Não é In Rock, mas quantas bandas conseguem chegar nesse patamar duas vezes? Nenhuma! Pelo menos eles tiveram a dignidade de fazer um trabalho muito. Além disso, como não dá pra usar esses efeitos de merda ao vivo, essas músicas devem ficar muito boas nos shows. Então, como sempre em se tratando de Deep Purple, mal posso esperar para ouvir essas músicas ao vivo, quando eles brilham de verdade.
Nota: 4/5 - Cacete, essa resenha deve ter ficado muito esquisita...Bom, pelo menos é original. Quantos sites você conhece que fazem uma resenha apresentando as reações em tempo real? Nenhum, só eu faço essas merdas.
Deep é vida. E nossa, que vocal fodido em Weirdistan, quando ouvi tentei me certificar de que estava ouvindo a banda certa, porque cara, os efeitos causaram uma podridão terrível na música. Para mim o rock não pode se modernizar de forma alguma, esses efeitos moderninhos deveriam ser exclusivos do pop e dance.
ResponderExcluirDaí pulei pro fim do álbum, começou Vincent Price e apesar dos efeitos toscos eu curti a música, pelo ar de terror dela. It'll Be Me é uma delícia de ouvir e Hell to Pay, bom, você disse que até agora é a sua favorita, é a minha também. Eu diria até que ela seria a favorita de qualquer um com o mínimo de entendimento sobre a banda, já que representa escrotamente bem o arquétipo Deep Purple. Não desmerecendo a música, ela é boa mesmo!
Fodástico o seu post.
Não entendo qual é a dos efeitos. Eles não são necessários, não soam bem, então por que insistir? O problema nem é modernizar, Dr. John "modernizou" e ficou ótimo.
ExcluirEu queria era ouvir todas essas músicas novas ao vivo, isso ia ser muito bom.
Obrigado pelo comentário, sinceramente, acho esse o meu post mais estranho. Eu realmente estava resenhando enquanto ouvia, isso não foi piada.