Entre as minhas tentativas de mudar um pouco o jeito que eu faço o blog estava a ideia de parar com as resenhas de música. Principalmente porque elas são chatas de fazer e repetitivas. Ora, como avaliar música? Ouvindo, falar sobre não adianta nada. Então, ao invés de avaliar álbuns, de agora em diante vou apenas indicar músicos que eu gosto, alguns de seus discos, e vocês façam o favor de procurarem por aí. Como vocês já sabem, uma indicação minha é praticamente sinônimo de qualidade, então estejam certos de que coisas interessantes passaram por aqui. Como falar de um músico só exigiria que eu fizesse pesquisas biográficas e coisas do gênero pra poder encher um texto, decidi ignorar tudo isso e falar de três músicos de uma vez. Isso mesmo, três pelo preço de um, aproveitem. Essa linha de posts se chamará Momento Musical (mais ou menos como Pintura para Principiantes, só que mais arrogante), e, para a estreia, venho lhes apresentar: Frank Zappa (clássico da década de 60), Mimi & Richard Fariña (dupla folk que poderia muito bem estar no patamar de Bob Dylan, não fosse a morte prematura de Richard em 66) e The Greenhornes (rock contemporâneo, que eu descobri assistindo ao filme Broken Flowers - que logo terá resenha -, do Jim Jarmusch).
Frank Zappa
Meio que considerado uma ovelha negra do rock da década de sessenta, Zappa fez tudo diferente do resto. Quando a moda era ser hippie, ele tirava sarro dos hippies, quando a moda era o rock boneca inflável (apelido que eu dou às bandas da década de 80) ele tirou sarro desses também. Assim como de quase todos os aspectos político-sociais de cada época. Fez tudo isso enquanto explorando ao máximo cada estilo musical, do rock ao jazz, do erudito ao doo-wop. Não existem dois discos iguais do Frank Zappa, por isso eu sugiro que, caso você goste das músicas de amostra aqui, baixem logo a discografia toda.
Mimi & Richard Fariña
Irmã de Joan Baez, Mimi, casou-se com Richard Fariña na década de 60. Juntos eles formaram uma dupla folk, gravaram 2 discos (tá, 2,5 considerando que teve um póstumo com umas raspas de panela e músicas solo da Mimi), que hoje são raridade até na internet, e se tornaram grandes nomes da cena musical de Greenwich Village. Alguns críticos diziam que eles poderiam ter ser tornado os maiores nomes do gênero na época, ameaçando até a soberania do Bob Dylan, não fosse a morte prematura de Richard Fariña em 66, dias depois de ele ter publicado seu romance, Been down so long that it looks like up to me (traduzido em português em edição extinta como Tanto tempo na pior que o que pintar é uma boa). Um daqueles casos que te fazem pensar o que viria caso ele não tivesse morrido, tanto na música quanto na literatura.
Obs.: tenho o livro e pretendo ler e resenhar o quanto antes.
The Greenhornes
Rock estilo banda de garagem. Não sei muito sobre eles, só ouvi na trilha sonora do filme e baixei quantos discos pude encontrar. Não sei se a banda está na ativa ainda, mas vale a pena ouvir. O som é bem simples, e isso talvez seja o que mais agrada. Sem floreios, apenas o bom e velho rock, com um toque de blues.
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