Woody Allen deve ter gravado um ou dois filmes por ano desde a década de 60. Meu objetivo de vida é assistir todos eles antes de morrer, mas não sei se vai ser possível. Esse é um dos clássicos dele, de 1983, que eu ainda não tinha assistido. Acabei de ver agora e decidi fazer uma resenha, já que eu fiz uma para os dois últimos filmes que ele lançou.
Quanto ao enredo, esse é um pouco diferente do normal, ele usa o formato de documentário para contar a história. O documentário é sobre Leonard Zelig (Woody Allen), que passou a ser conhecido como Homem-Camaleão, capaz de assimilar a aparência e as opiniões daqueles que o cercam. Essa pessoa começa a gerar interesse da mídia e da população e assim a história avança. Cheio de referências a era do jazz e intelectuais e escritores dessa época (Scott Fitzgerald, por exemplo) e a participação real de algumas celebridades do mundo literário (Susan Sontag, Saul Bellow), Zelig passa por diferentes momentos históricos como se fosse uma pessoa real - que, de certa forma, ele não deixa de ser.
O humor de Woody Allen é raro de se ver hoje em dia, sutil, inteligente, irônico, absurdo e extremamente sofisticado. Ele realmente não parece se importar que algumas pessoas podem não acompanhar as piadas. As piadas são como um corte de papel, difíceis de perceber, mas sempre te pegam uma forma ou de outra.
O caso de Zelig pode também ser tomado como uma metáfora para a sociedade moderna, não só pode como deve, na verdade chega a ser bem óbvio; o triste é que, mesmo tendo sido lançado em 83 e tendo seu roteiro baseado na sociedade da era da depressão nos EUA, até hoje o caso é atual. Um homem que joga fora seu eu para ser aceito na sociedade.
Excelente filme. Engraçadíssimo, real e surreal, mas relativamente curto - só 1h15min. Um dos grandes filmes do Woody.
Nota: 5/5
Obs.: tenho que começar a ler Moby Dick antes de morrer.
Obs.: tenho que começar a ler Moby Dick antes de morrer.
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