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domingo, 30 de dezembro de 2012

Após o Anoitecer - Haruki Murakami (Resenha)


Primeiramente, sinto pela minha ausência nos últimos dias. Foi por um curto período e ninguém se deu falta, mas ainda assim, foi estranho para mim me ausentar desse meu pequeno centro terapêutico pessoal. A questão é que eu sempre me sinto pouco a vontade nessa época do ano, não consigo entender todo o significado, entende? Não? Não se preocupe, estou preparando (fazendo notas mentais e inserindo esse assunto em meus devaneios) um post sobre isso, que será jogado aqui um dia desses.

Sabe, este blog tem um monte de tradições (ou repetições) considerando sua pouca idade. Comentários sobre a beleza das atrizes presentes nos filmes resenhados; comentários sobre o baixo número de visitas, desconsiderando minha aparente indisposição para tomar atitudes que mudem a situação; uso de memórias ou casos pessoais para cobrir alguns parágrafos dos textos; posts com continuações nunca postadas; observações não-relacionadas ao assunto do texto e, vez ou outra, incoerentes e, finalmente, resenhas dos livros do Murakami. A verdade é que não leio muitos livros atuais e não me sinto a vontade resenhando clássicos - não me acho digno -, meu amigo Muraka, é o único autor "atual" que eu dei confiança e não me decepcionou - Kundera talvez se encaixe também, mas ele é bem mais velho... -; e como esse blog não é de resenhas gerais, mas sim resenhas das coisas que eu conheço, leio escuto e assisto, me vejo forçado a escrever mais e mais sobre o seu Haruki. Que posso fazer se esse é genial?

Vamos ao livro. Mari é uma jovem de 19 anos, insegura e que está tentando se recuperar do fato de ter passado a juventude sob a sombra de sua irmã mais velha, Eri, modelo por profissão e perfeita por força do acaso, que, cansada da coisa toda decide dormir e não acorda mais. Mari, decidi sair durante uma noite e então encontra o trombonista de jazz, Takahashi, que devido à alguns problemas familiares, procura um sentido para a vida. Nesse meio tempo, uma prostituta chinesa é espancada no Alphaville (busque no google a referência), e sua gerente, Kaoru, precisa da ajuda de Mari (fluente em chinês), para descobrir o que houve e resolver o caso. Com isso, acaba se envolvendo com a máfia chinesa. Bastante coisa para só 204 páginas, não?

A narração acontece em terceira pessoa (caso raro para o Murakami) e acompanhada de um pequeno relógio, para que o leitor acompanhe o período da madrugada em que se ocorre o cenário descrito. O livro também, como já é de se esperar, fica um tanto surreal em certos pontos, de modo a tornar a história ainda mais fascinante. Além disso tudo, o autor decide usar a 1ª pessoa do plural em muitos pontos da narração, como se este quisesse levar consigo o leitor para dentro desse mundo chamado madrugada de Tóquio.

Um livro fascinante, com muitos pontos deixados em aberto para interpretação do leitor, como o sono eterno de Eri, que pode ser simbolismo para uma vida superficial e fora da realidade, e a presença do homem sem rosto - que nunca é explicada. Vale não só a leitura, mas uma releitura. 

E como não poderia faltar, vamos ao resultado do Haruki Murakami Bingo, fala Lombardi:
Unexpected phone call - cats - old jazz record - train station - parallel worlds - tokyo at night - unusual name.
E, como sempre, nenhuma fileira completa.



Nota: 5,0/5,0 - porque eu ainda não consegui encontrar nenhum livro ruim para resenhar nesse blog...

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