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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

The Good, the Bad and the Ugly (Três homens em conflito)



Quem acompanha esse blog com assiduidade - eu -, sabe que há algum tempo eu fiz uma referência a esse filme em um post, mas exatamente na minha resenha de Cavaleiro das Trevas Retorna, com a frase "If you ought to shoot, shoot! Don't talk!", pra resumir um determinado problema que eu tive com aquele filme. Essa frase me fez querer rever a obra-prima do Western que é "O Bom, o Mau e o Feio" - sim, traduzirei o título literalmente, pois a tradução, como de costume, é uma merda.

O que dizer da terceira e melhor parte da trilogia dos dólares de Sergio Leone? Que ele quebrou o estigma do western, de ser um filme de americanos para americanos, excessivamente inocente e próxima de ser racista? Que deu fama ao brucutu mestre, Clint Eastwood? Que quebrou até a maldição do terceiro filme, tornando-o melhor que seus antecessores (embora não sejam continuações diretas ou sequer use um mesmo personagem, ainda é uma "sequência"), mesmo estes sendo muito bons por sua vez? Tudo isso. Esse filme fez todas essas coisas e é por isso que se tornou um clássico.

Se você está lendo isso e pensando: - "Que filme é esse?" -, normalmente eu pediria que você saísse da minha casa (esse site) e nunca mais voltasse. No entanto, hoje eu estou me sentindo um tanto tolerante, então eu te darei uma chance de minimizar esta página, ir correndo até a locadora mais próxima, assistir às maravilhosas três horas que constituem esse filme, voltar e me dizer se eu estou errado. Se mesmo depois de tudo isso, você ainda achar que eu estou errado, vá pra puta que te pariu!

O filme é sobre esses três caras. Um deles é bom, o outro é mau e o outro é feio (nem bom, nem mau, só canalha mesmo). Simples, nada confuso ou extraordinário, mas ainda assim consegue ser surpreendente, violento, engraçado e até politicamente crítico (sobre a guerra civil americana). Três homens, um tentando foder com o outro em busca de uma fortuna. Todos os três se tornam uma peça do quebra-cabeças que esconde essa fortuna, portanto, essenciais. Além disso, eles são fodas de mais para poderem se matar. Isso mesmo, esses três caras são fodas. Sabe aquele filme que todo mundo fala sobre? Mercenários, que juntou todos os grandes Action Heroes em uma porrada só. Todos eles, chorariam diante da pauduressência do bom, do mau e do feio, principalmente do Clint Eastwood, que é o mentor, o pai de todos eles.

O Bom, o Mau e o Feio, é um filme divertido e rápido, mesmo tendo três horas de duração. Quando você perceber, já estará na cena do grande conflito final, quando os três se encontram no cemitério, local onde se esconde a fortuna. Não sentir arrepio nessa cena, é como não chorar em filme de cachorro - teste para psicopatia. A atmosfera dessa cena é espetacular. Graças a direção do Sergio Leone, misturada com aquela trilha sonora do gênio, Ennio Morricone, um dos melhores compositores do cinema. Todo esse filme, bom do jeito que é, sem a trilha sonora, não seria nada. Se você viu o filme e não reparou na música, qual o seu problema?! Não importa, procure o CD e escute. Absolverei seus pecados depois disso. Você que não viu o filme, preste atenção nos detalhes, na música, no diálogo, nos ângulos de filmagem, faça isso em todo o filme que você assistir, na verdade, mas nesse principalmente, e sinta a genialidade.

É claro que o filme tem seus problemas, entretanto o filme não é bom quando ele é isento de problemas, mas quando ele é bom o bastante para te distrair dessas falhas e é exatamente isso que ele faz. Eu disse agora que o filme pode ter problemas no roteiro, ou coisa assim, no entanto, sinceramente, eu não faço a menor ideia.

Assistam esse filme. Não é melhor da história, mas é excelente e está no meu top 50, mesmo que eu nunca tenha reunido coragem o suficiente para listar meus filmes favoritos.

Nota: 5,0/5,0

Agora corra ao redor de um cemitério!

sábado, 25 de agosto de 2012

Black Crowes - Obra Completa (Parte 1)



Caros leitores, declaro agora o fim dos momentos culturais. Que fique claro, isso não representa o fim das resenhas ou o fim das sugestões, essas ainda vão acontecer, talvez até com mais frequência. A questão é exatamente essa, a palavra momento me indica algo especial e, se eu decidir fazer resenhas com mais frequência, deixará de ser especial e, portanto, um momento. De agora em diante, falarei esporadicamente sobre um determinado artista que eu admiro, álbuns que ouvi, filmes que vi e livros que li. Não necessariamente clássicos ou bons, pode ser que eu passe por algumas coisas bem ruins e, é claro, lhes darei o castigo necessário. Está decidido, é assim de agora em diante e acabou. Aqui é pau na mesa vagabundo!

Para estrear esse novo formato antigo, falarei de uma banda que marcou minha juventude, a Black Crowes. O surgimento dessa banda foi em 1989, lançando o primeiro álbum em '90 - um ano antes do meu nascimento. Como já disse em uma crônica passada, meu despertar musical foi tardio, então, só realmente parei para me importar com música aos catorze anos, antes disso só ouvia música clássica e um pouco de heavy metal. Depois disso me apaixonei pelos clássicos do rock e, após me aprofundar, fui buscando bandas novas que fizessem um bom trabalho. Nessa busca, encontrei essa banda em 2005 ou 2006. Nessa época, a banda estava retornando de uma pausa (que será abordada logo), com um grande show de retorno e foi por meio desse disco ao vivo que eu conheci a banda e busquei o resto da discografia, que analisarei passo-a-passo, a seguir. Vale a pena analisar essa banda, pois será visível que ela mudou muito com o passar dos anos, amadureceu e mudou de estilo, até tornar-se o que resultou no último álbum de 2010 e o aparente fim da banda.

Tudo começou em 1990 com o CD "Shake Your Money Maker". É um álbum simples, típico do rock clássico, mas diferente dos seus contemporâneos, Nirvana e Guns 'n Roses, que por suas vez nunca me agradaram. As músicas tem uma levada simples, flertando em alguns momentos com o Soul (visível no cover "Hard to Handle", de Otis Redding). A crítica da época disse que a banda era um Rolling Stones + The Faces, embora um grande avanço para a música da época. Bom, mas nada original. O que é a mais pura verdade, em 1990 isso era ótimo, mas em 1970 eles teriam sumido após um disco. As faixas destaque, para mim, são Twice as Hard, She Talks to Angels e Struttin Blues, embora nenhuma das faixas seja ruim, já que álbum não se arrisca em nenhum momento, tornando, contudo, todas as faixas distantes do excepcional. Nota: 3,5/5,0 (sim, tô dando nota agora, motherfucker!)

Mais anos 90 impossível.

Em 1992 veio o clássico "Southern Harmony and Musical Companion". Não tem muito o que se dizer sobre esse disco. É o favorito da maior parte dos fãs e o que colocou a banda no mapa. Não é o meu favorito, embora seja excelente, talvez o segundo colocado. É agressivo e pesado, mas valorizando sempre o ritmo. É um rock com toques fortes de soul, uma mistura não muito original, mas na época - genial. Passaram a valorizar mais os teclados e os back vocals, e passaram a arriscar mais, demonstrando certa maturidade. Em resumo, o disco é foda, quase não tem defeitos perceptíveis em uma primeira audição e, sinceramente, eu não consigo pensar em nenhum agora. Gosto de todas as faixas, mas sugeriria para o ouvinte novato os clássicos, Sting Me e Remedy. Minhas faixas favoritas, no entanto, são Sometimes Salvation, No Speak No Slave e Morning Song, eu acho. Na verdade é tudo tão bom que fica difícil decidir. Nota: 4,5/5,0 (porque eu sou exigente pra caralho).

Dá pra acreditar que esse esqueleto de Mick Jagger (ou seria Júpiter Maçã jovem?) afeminado comeu a Kate Hudson?


Chegamos em 1994, e a banda lançou o grande Amorica. Chocando conservadores com sua capa, que eu sinceramente não vejo o problema, talvez a falta de depilação da época. Pelo menos uma coisa mudou pra melhor de lá pra cá. O CD é parecido com seu antecessor, e talvez esse seja o seu maior problema. Ele não é ruim, na verdade é excelente, mas passou a soar como mais do mesmo pra mim, tem o hit, a balada, a pesada, a rápida, todos os fatores do seu antecessor se repetem em músicas diferentes. É melhor que o primeiro, mas inferior ao segundo, embora bem pouco inferior. É até difícil julgar esse disco sem ser injusto. Dizer que ele não muda nada em relação ao seu antecessor, não é necessariamente algo ruim, até porque as músicas são diferentes, só tem uma estrutura e uma levada similar. Talvez eu ache inferior, pois conheço toda a discografia deles e sei até que ponto eles podem chegar de criatividade, principalmente ao ouvir o álbum que sucedeu este e que será analisado na parte 2... Nota: 4,0/5,0 (CONTINUA...)

Tentei escolher vídeos da época, para dar essa noção temporal para a análise, então perdoem-me se a qualidade não é a melhor.

Essa música é tão boa que eu quase dei 4,5 para o álbum, na verdade nem sei o porquê do 4,0

Eu disse que os caras são uns dos maiores apoiadores do movimento pró-legalização da maconha nos EUA? Pois é.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Momento Cultural 6 - Dr. John - Locked Down (2012)



Foi eu falar no momento cultural sobre Chris Robinson Brotherhood, que aquele era o único álbum de 2012 que eu ouvi, mas provavelmente o melhor, que o universo decidiu provar que eu estou errado.

Estava fazendo minha busca semanal na loja do Paulo Coelho, procurando bandas novas, ou antigas, mas que por algum motivo eu não tenha ouvido todos os discos. Procurei por Dr. John, grande pianista da década de 60, famoso por misturas, funk, jazz, soul, rock psicodélico e mardi gras em uma banda só, pois conheço bem as músicas dele, mas só as principais. Não tinha a discografia completa dele, nem posso dizer que conheço com profundidade sua obra, mas o que eu conheço, gosto.

Com isso, eu me deparo com um disco de 2012. O doutor lançou um álbum novo. Baixei por curiosidade, gosto de saber como alguns artistas envelheceram ou mudaram de estilo com o passar do tempo. Às vezes é uma agradável surpresa, como o Clapton do ano passado, outras me levaram as lágrimas de desgosto (por que Joe Cocker?! Por quê?! Você cantou em Woodstock, você gravou Mad Dogs & Englishmen, por que cantar música pop com batidinha eletrônica?!). Dr. John é uma agradável surpresa.

Sim, caros leitores, não farei meu texto improvisado e sem sentido, como de costume, dessa vez farei uma crítica regular. Na verdade, está decidido. Daqui em diante, os momentos culturais serão críticas, não necessariamente sérias ou parciais, mas críticas, sobre discos, filmes, livros, o que for que eu tenha entrado em contato e tenha vontade de escrever sobre. Principalmente, pois, pelo que pude perceber, 2012 será um ano de agradáveis surpresas (e provavelmente o do Juízo Final também), com um disco novo do Rush (ainda não ouvi), do Bob Dylan (ainda não lançou), entre outros, incluindo artistas novos que parecem interessantes.

O estilo de Locked Down é diferente do que estava acostumado. Conheço o Dr. John da psicodelia, do jazz, do soul e da música de bruxaria, mas este som parte Tom Waits, parte "rock retro" (descobri mais tarde que Dan Auerbach, da Black Keys, que eu só conheço de nome, fez parte da produção e auxiliou muito na criação de todo este novo estilo), parte blues. Sempre com um ritmo muito interessante e um tom moderno, que não é desagradável, como pode ser percebido nos vídeos abaixo.

De todas as características do cd, o que mais me agradou foi a parte instrumental. A banda é excelente, com destaque ao baterista e ao baixista, que, devido a importância do ritmo para esse gênero, ganham espaço e fazem um bom trabalho. Todos os músicos fazem sua parte, sem nenhum instrumento abafar o outro, são todos parte de um grande conjunto.

Em resumo, o cd é excelente, vale a pena ouvir, até mesmo aqueles que só ouviram falar do músico agora. Estou ansioso para ouvir essa banda e essas músicas ao vivo, afinal, outra característica de Dr. John é a sua qualidade no palco. Como sempre, seguem alguns vídeos para os desconfiados, espero que gostem. Se quiserem sugerir alguma coisa, sintam-se a vontade para comentar, talvez eu até faça uma crítica sobre o artista sugerido (bom ou ruim).




Essa última é um clássico, para aqueles que conhecem, mas tiveram dificuldade de unir o nome a pessoa.

sábado, 11 de agosto de 2012

Momento Cultural 5 - Graveyard


Mais uma banda da Suécia no momento cultural do Delirando e Escrevendo. Estou pensando seriamente em me mudar pra lá, o governo funciona, a música é boa e a igreja não se manifesta - isso sem falar das mulheres de lá (ache o careca) - minhas passagens estariam compradas se minhas finanças cooperassem.

Voltando a banda. Quando a ouvi pela primeira vez em minhas andanças musicais pelo youtube e vi no vídeo apenas uma foto em preto e branco dos caboclos, jurava que era mais uma dessas bandas da década de 60, que eram boas pra caralho, mas se perderam por causa do mercado saturado (Tomorrow, Moving Sidewalks, Morgen, por exemplo - um dia farei um momento cultural com elas). Ao ouvir a música percebi que, pela gravação, não poderia ser, era uma banda atual. Ainda existe esperança nesse mundo, o rock não morreu, só está em coma, mas as máquinas que o mantém vivo ainda funcionam!

Não é nada criativo, na verdade existe todo um "movimento revival" do rock verão do amor na Europa, Siena Root e Graveyard são só uma dessas bandas e, na minha opinião, as melhores. Contudo, considerando que, hoje, nada nesse estilo é lançado, a falta de criatividade se torna um alívio. Talvez na década de 70 eles não viessem a ser ninguém, mas hoje eles são o papel higiênico da diarreia musical.

Como sempre, seguem uns vídeos abaixo com a música, isso se você conseguiu se desligar da foto das suecas, eu sei o quanto eu demorei para seguir com esse post.



Sim, ao vivo também é foda.


Chega por hoje. Se quiserem mais procurem por aí sobre a banda, não é muito difícil encontrar e só tem dois cds até o momento. Semana que vem tem mais (o momento cultural do Batman foi uma revisão, então não conta).

Obs.: Essa postagem gerou mais novas visitas do que eu imaginava. Várias pessoas pesquisando sobre suecas gostosas ou sexo com suecas, no google imagens vieram parar aqui por acidente. Porra, pelo menos deixa um comentário!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Momento Cultural 3.2 - Dark Knight Rises + Spoilers

Abrirei essa semana, novamente, uma exceção aos momentos culturais, porque eu quis e mais nada. Ainda não tenho leitores o suficiente para me importar com padrões e outras frescuras. Isso e acho que já passou tempo o suficiente desde a estréia de DKR para que eu possa fazer a versão com spoilers do momento cultural 3.1. Se você ainda não viu, desligue a porra do computador e saia da sua caverna, a luz do sol pode machucar, então vá a noite. Feito isso, volte, leia essa merda e me diga se estou errado. Para os russos que me leem - use o google translate.

Voltando a primeira resenha. O filme dá uma ótima primeira impressão. Tudo é quase perfeito e até da a ideia de que pode vir a ser melhor que seu aclamado antecessor. Enquanto no DK o coringa tinha uma espécie de monopólio do carisma (os outros atores eram ótimos, mas foram ofuscados), aqui todos mantém o mesmo nível, que é bem alto. É impossível não gostar do Bane do começo do filme, aquele anarquista, fodão, que só quer mesmo ver o circo pegar fogo - só. A Mulher Gato, misteriosa, sexy, ladra, mas que seria boa se o mundo não fosse uma merda, pensei em uma série de atrizes que poderiam fazer esse papel e, como já disse na outra análise, quando ouvi o nome de Anne Hathaway, achei que o filme iria seguir com a maldição do terceiro filme (é sempre uma bosta). Algumas pessoas que gostaram da interpretação do Burton discordam, mas foda-se essa gente, se tem uma coisa que eu gostei na versão do Nolan é o toque realista, então não ver a Selina revivendo, se lambendo (tá essa eu até gostaria de ver...) e cercada de gatos, pra mim é um alívio. Todos os personagens estão tão bons quanto sempre, com destaque para o Michael Caine e o Gary Oldman, que me chamaram mais a atenção dessa vez. Os dois tem cenas muito boas e parecem ter ganho mais relevância para o filme.

Mas vamos ao que interessa, os problemas. Primeiro de tudo, a Marion Cotillard, boa atriz (gostei de A Origem e Meia Noite em Paris, por exemplo), linda, mas completamente desnecessária nesse filme. Na verdade toda a segunda parte - prisão, origem do Bane, origem da Marion (me esqueci do nome da personagem, devido ao trauma), momento Shyamalan, tudo isso fodeu com o filme.

Por partes (qualquer um que fizer a piada do Jack Estripador merece a cadeira elétrica). O Bane só era o fodão porque, supostamente, tinha sido expulso daquela liga de "ninjas" e nascido e fugido do poço. É isso que eles te dizem durante o filme inteiro para explicar o porque dele ser quem é. Isso é bom, aceitável. Enquanto o Batman se recupera da coluna quebrada (chegarei nessa parte em um instante), ele tem um sonho em que seu mestre revela que, na verdade, Bane é seu filho. Estranho, mas ainda assim contribui para o desenvolvimento do personagem - essa cena pode ter sido só uma ilusão ou parte do plano maligno dele, mas isso não é explicado, o que, vocês verão, se tornará um problema. Mais tarde, Marion se revela uma pilantra e diz que quem é filha do vilão do primeiro filme, nasceu e fugiu do poço foi ela, e Bane nem ao menos recebeu o treinamento ninja, só foi retirado do poço por pena, mas o pai dela não o queria por perto, pois lhe fazia lembrar de sua esposa. Agora alguém me responde, se Bane não fez nada do que a sua lenda dizia que ele tinha feito, por que ele era tão foda? "Fuck you, that's why!" Nenhum motivo aparente, ele era tão poderoso a ponto de quebrar o Batman, por causa de um furo no roteiro. Tanto que, quando tudo isso é revelado, Bane fica relativamente mais fraco e morre por um tiro. Sim, General Grievous (o robô semi-jedi daquele filme horrível), toda uma luta, toda uma atmosfera construída, destruída por um mísero tiro, que quem dá é a mulher gato!

Agora que sabemos que Bane não era pra ser quem ele foi no começo do filme, vamos ao fator de cura do Batman. O bicho é imortal, sobrevive de fraturas expostas na coluna até bombas nucleares. Ele não precisava ter sido jogado no poço, o poço nem precisava existir, só serviu para dificultar a história. Nolan queria deixar o filme complexo e fodeu com todo mundo. Agora, pelo menos eu sei que para me recuperar de uma coluna quebrada eu só preciso colocá-la no lugar com um soco e me pendurar em uma corda por 3 dias, sem fator de cura nem nada, chupa Wolverine! Ele também se recupera de um problema ósseo (tá certo que um filme cria um aparelho para resolver isso, mas ele não o estava usando no poço. E agora José?) e uma facada no pulmão em questão de segundos. Além do final, é claro, que eu voltarei a falar sobre daqui a pouco.

Gostaria de falar agora sobre uma das estratégias mais baixas e irritantes do cinema, para dar emoção ao filme. O vilão fica ameaçando causar uma catastrofe ao invés de realmente o fazer. If you're gonna shoot, shoot! Don't talk. E principalmente, não fique passando o dedo no detonador só pra criar espectativa, nós todos sabíamos antes do filme começar que aquela porra daquela bomba ia ser roubada, mas não iria explodir na cidade. Isso é óbvio! Não cria emoção nenhuma, só me deixa puto! O que, por sinal, eu já estava, depois da revelação do verdadeiro vilão. Era tão simples, a Marion fazia seu discurso e, depois que o Gordon neutralizou a bomba, ela mostra o detonador e aperta. Nada acontece da mesma forma, mas você elimina o clichê.

Falta apenas dissecar o final. A bomba está para explodir, então Batman pega sua bat-nave, e corre como um filho da puta por Gotham para afastar a bomba. Ele salva a cidade, mas morre na explosão, é o que todos pensam. Até que Alfred, vai à Itália, como ele faz anualmente, vai a um restaurante e encontra o Bruce Wayne e a Selina Kyle, felizes jantando. Foda-se a lógica. Aquela nave deveria ser feita do mesmo material da geladeira do Indiana Jones, essa é a explicação, problema resolvido. Enquanto isso, no funeral do Batman, Robin faz a genial observação:
- Mas ninguém saberá quem foi o herói!
Sério? A população de Gotham é tão imbecil a ponto de não perceber que a morte do Batman e a do Bruce Wayne foram no mesmo dia, na mesma bat-hora e no mesmo bat-canal? Por isso que aquela cidade tá na merda. Puta povo cretino!

Eu sei, tudo isso foi uma quantidade excessiva de detalhismo desnecessário. Mas o filme poderia ter fluido perfeitamente sem o poço, sem a Marion, com o Robin fazendo alguma coisa, enfim, o filme poderia ter sido muito melhor se não fosse a ambição. Os dois antecessores foram bem mais enxutos, sem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e conseguiram um resultado com bem menos erros. Agora nos resta esperar pra ver o que farão com o Batman. A trilogia Nolan acabou, mas sempre vai ter alguém achando que pode fazer melhor, então, vamos aguardar.

domingo, 5 de agosto de 2012

Momento Cultural 4 - Chris Robinson Brotherhood


Na semana número quatro do Momento Cultural deste subestimado blog, a sugestão é a nova banda de, ele mesmo, Jesus Cristo! ...O quê? Não é Jesus? - Não. É Chris Robinson da banda Black Crowes, famosa em 1990 por reviver o que rock que, há muitos anos, sofria ataques de bandas de bonecas infláveis da década de 80, pop rock e grunge. Ele, seu irmão e os outros músicos, trouxeram de volta ao rock o improviso, os solos, a psicodelia e o LSD. Todos itens essenciais para uma boa banda de rock de verdade.

Em 2010 a Black Crowes decidiu encerrar suas atividades temporariamente, para que os músicos, hoje já no auge dos 40 anos de vida, passassem um tempo com a família e projetos solo. Chris Robinson Brotherhood é um deles.

Quem acompanhou a história do Black Crowes tanto quanto eu sabe que o Chris Robinson é o porra louca do Black Crowes. É dele que vinham os experimentalismos, as brigas e a influência pesada de Grateful Dead (que por sinal é uma das minhas bandas favoritas). E tudo isso aparece no projeto solo, cheio de improvisos, sintetizadores à Lucky Man (sabe? Emerson, Lake & Palmer? Não? Para o Google!), e viagens astrais. Agora em 2012 foi lançado o primeiro álbum da banda, o Black Moon Ritual - o primeiro álbum de 2012 que eu escuto também, mas que com certeza, pra mim, será o disco do ano.

Não é um cd de rock comum. Quer dizer, seria em 67, hoje é tão diferente que chega a assustar. O que pra mim é ótimo. Nenhuma faixa tem menos de 7 minutos e a mais longa tem 12. Agora pode ser culpa do uísque, mas na primeira vez que eu ouvi esse disco do começo ao fim, passou tão rápido que eu nem percebi.

Enfim, essa é sugestão da semana. Procurem este disco por aí, seja por meios lícitos ou ilícitos (preferencialmente lícitos, mas se não acharem, fazer o quê?). Como sempre, seguem alguns vídeos, já que a minha palavra não vale de porra nenhuma.




Não fiz a homenagem sobre Black Crowes, pois pra mim é um clássico, e eu não quero incluir muitos clássicos nesses momentos culturais. Só o Tom Waits mesmo, porque ele é muito subestimado. Mas de qualquer forma, CRB é foda ou não é?